quarta-feira, 20 de setembro de 2017

O primeiro dia depois das férias

Inicio de Setembro significou o fim das férias do papá. Iamos voltar a ser só os dois durante algumas horas por dia!

O medo voltou a pairar sobre mim. Será que vou ser capaz de tomar novamente conta de ti sozinha? Como é que faço se chorares muito? Vou conseguir arranjar-me e arrumar minimamente a casa?

Confesso que no dia anterior fiquei muito nervosa. Tínhamos estado um mês inteiro com o papá e nos últimos dias até tínhamos estado com os avós e com a tia, ou seja, ajuda não faltou: se chorasses enquanto eu preparava o biberão havia sempre um colo disponível para te acolher; se eu precisasse de tomar banho havia sempre alguém a olhar por e para ti. No último mês eu consegui tomar muito bem conta de ti mas porque estava rodeada de ajuda. Então e agora que vamos ficar novamente só os dois?

Por incrível que pareça, o nosso primeiro dia (depois das férias do papá) foi um dia bastante calmo. Tu portaste-te tão bem! Comeste quando tinhas de comer, dormiste o que tinhas de dormir. Não fizeste nenhuma birra e apenas choraste para me avisar que eram horas de comer ou horas de dormir. Brincámos juntos, cantámos muitas canções e eu até consegui tomar banho, arrumar o quarto, almoçar sentada à mesa e arrumar a cozinha.

Foi tudo muito "smooth".

No final do dia o papá chegou a casa e perguntou-me como é que tinha corrido o nosso dia. Comecei a revivê-lo e disse-lhe que tinha corrido muito bem: contei-lhe pormenorizadamente o que tínhamos feito. Ele ouviu-me com atenção e no final disse-me: "Estás a ver?! Estavas com tanto medo e acabou por correr tudo bem!". Sorri-lhe e acenei com a cabeça concordando com ele mas ao mesmo tempo esbocei, a medo, um leve sorriso: tudo tinha corrido bem porque tinha tido uma ajuda enorme... Uma ajuda muito maior do que a ajuda do papá, dos avós ou da tia... Eu tinha tido a TUA ajuda!


Estás a ficar um bebé crescido! Já ris, já palras, já brincas e até já te entreténs (durante alguns (poucos) minutos) sózinho. Claro que ainda precisas de colinho e de muitos beijinhos e... é tão bom!

É tão bom envolver-te com os meus braços e encher-te de beijinhos!
É tão bom ter-te no colo, olhar-te nos olhos enquanto faço festinhas nas tuas bochechinhas!
É tão bom dar-te todos estes miminhos e perceber, pelo movimento dos teus olhos e pela expressão da tua boca, como ficas satisfeito!
É tão bom saber que o meu carinho te acalma!
Adoro estes nossos momentos de pura mimice!
São fabulosos!
Vou preservá-los até tu permitires... porque por mim encher-te-ia as bochechas de beijinhos para sempre!


terça-feira, 12 de setembro de 2017

As primeiras férias - Dias de praia fabulosos!

Tinhas apenas 3 meses e decidimos descer até ao sul do país para passar alguns dias. A ideia era mudarmos um pouco de ares: ir até à praia para apanhar um pouco de sol e respirar aquele ar de maresia tão relaxante.
Antes de irmos falámos com o teu pediatra que nos incentivou bastante a ir dizendo que só te iria fazer bem desde que tivéssemos todos os cuidados inerentes à exposição solar: usar um protector 50+, não te expormos directamente ao sol e evitar as horas de maior calor (entre as 12h e as 17h).
Ficámos bem animados, afinal tínhamos um profissional de saúde a encorajar enquanto que muitas pessoas nos olhavam de lado quando dizíamos que íamos passar uns dias contigo ao Algarve.

Dias antes de irmos ainda tivemos uma consulta de enfermagem no centro de saúde e a enfermeira que nos atendeu (infelizmente não foi a nossa enfermeira) olhou-nos com o sobrolho franzido e disse: "Praia?! Só podem passear no paredão. Nada de o levar para a areia. Ele é muito pequenino.".
Ficámos meio aparvalhados com aquela observação. Dois profissionais de saúde e duas opiniões completamente diferentes! Então e agora o que é que fazemos?
Claro que podíamos "jogar pelo seguro" e ir até ao Algarve mas não te levarmos à praia, mas o teu pediatra disse que não havia problema e afinal ele é que é o teu médico desde que tu nasceste. Se foi ele que escolhemos para te acompanhar porque não haveríamos de confiar nele?! E assim foi...

Todos os dias pela manhã tomavas o biberão, andávamos contigo cerca de 30 minutos para que pudesses arrotar, vestíamos-te e lá ias tu para a praia.
Não precisávamos de carro para ir à praia e tu, normalmente, adormecias no caminho com a trepidação do carrinho.
Fazias a tua soneca de 30 minutos e quando acordavas deitávamos-te na toalha e tu espreguiçavas-te... espreguiçavas-te tanto que parecia que querias crescer mais 5 cm a cada dia!
Brincávamos um bocadinho na toalha e depois íamos até à beira mar. Para além do protector levavas um chapéu na cabeça e as pernocas iam cobertas por uma fraldinha. Molhaste os pézinhos por 2 vezes... ainda não estavas confortável com a água! Afinal, embora estivesse a uma temperatura óptima para nós, para ti, ainda estava fria.
Tirando raras excepções, ao final da tarde voltávamos à praia! E o que tu gostavas de beber o biberão na praia! Ficavas tranquilo ao meu colo enquanto comias: a tua cabeça que, enquanto bebes o biberão, parece um cata-vento, sempre de um lado para outro, ficava parada como que se estivesses a saborear o teu leitinho ao som das ondas do mar e das gaivotas enquanto eras abraçado por aquele calorzinho bom de final da tarde que tanto nos conforta.
No último dia ficámos na praia até o sol se pôr. Ficaste sentado ao colo do avô a apreciar o pôr do sol e não choraste nem por um minuto. Estavas tranquilo!
Como é que é possível alguém dizer que és demasiado pequeno para ir à praia?! Se formos responsáveis a praia só pode fazer bem!

Saíste do Algarve com umas corzinhas novas, as tuas bochechinhas estavam ligeiramente rosadas!
Valeu bem a pena ultrapassar o medo das viagens porque os dias passados na praia foram tão bons! 




sábado, 9 de setembro de 2017

As primeiras férias: as viagens

Decidimos ir passar uns dias ao Algarve com os avós e a tia... e tu com apenas 3 meses! Se por um lado o meu coração de mãe dizia que ia ser bom porque ías mudar de ares, por outro lado estava aterrorizada por termos de fazer uma viagem tão grande... Não sabia como é que irias reagir!

Decidimos sair de madrugada, depois de beberes o biberão... Tínhamos a esperança que depois do leitinho ficasses a dormir e que assim permanecesses durante toda a viagem! E não é que nos correu bem... Tu adormeceste a seguir a teres bebido o leite e só acordaste já no Algarve. Foi uma viagem fantástica!

No regresso utilizamos a mesma estratégia, mas já não correu tão bem! Tu acordaste mais cedo e tivemos de parar na área de serviço de Alcácer para te dar de comer. Ficaste mal disposto, não paravas de chorar e de bolsar. Andámos contigo de um lado para o outro, sentámos-te, cantámos-te várias canções e nada parecia resultar até que ao fim de uma hora decidi pôr-te no meu peito. Acalmaste de imediato e poucos minutos depois estavas a dormir! Fiquei tão feliz por saber que o meu peito ainda era capaz de te acalmar!

Aproveitamos que tinhas adormecido para continuarmos a viagem!

Foi um sono de meia hora... Ainda não tínhamos chegado a casa quando voltaste a acordar e parecia que tinhas acordado indisposto. Choravas e eu sem poder tirar-te do ovo. Lá recomeçaram as cantorias... A pouco e pouco foste acalmando e até já sorrias! Terminámos a viagem com a história dos três porquinhos... Há quanto tempo já não ouvia nem contava a história dos três porquinhos... Tenho a certeza que me faltaram vários pormenores mas a essência estava lá e tu gostaste. Por certo que a próxima sairá melhor.

Isto fez-me querer acelerar a construção do teu cantinho da leitura e despertou, também, o desejo de te comprar livros de contos infantis... Quero muito que conheças todos os contos clássicos em que no final é sempre possível concluir à cerca da moral da história. Vai ser bom poder instruir-te valores que parecem estar em desuso através de contos infantis.

Bem sei que vou ter de me conformar com a ideia de que vais gostar de desenhos animados que te ensinam muito pouco e que incitam à violência, mas isso é só quando cresceres. Agora, e como ainda posso ser eu a escolher, vais viver no clássico mundo dos contos infantis!

Comprar lençóis - Um desafio

Tinhas adormecido no meu colo. Pus-te no ovo e continuaste a dormir. Pusemos o ovo no carro e mesmo assim não acordaste! Num outro dia terias acordado logo com o primeiro movimento mas estavas tão cansado que te deixaste ficar a dormir.

Nessa altura sorri e pensei que aquele era o dia perfeito para ir comprar lençóis, uma tarefa já há muito adiada.

Foste todo o caminho a dormir. Chegamos ao shopping, tirámos o ovo do carro e encaixá-mo-lo no carrinho e tu continuavas a dormir.

Estava mesmo convencida que aquele seria o dia em que podia voltar a passear no shopping e a ver as montras calmamente, mas mal entramos na Zara Home  os teus olhinhos abriram parecendo dois grandes faróis. Ainda te aguentaste um bocadinho no ovo mas de olhos bem abertos como se estivesses a absorver toda a informação que chegava até ti pelo olhar. Rapidamente te fartaste e começaste a chorar.

O papá tirou-te do carinho mas tu não acalmaste. Percebi, então, que o meu momento de "dondoca nas compras" tinha acabado. Decidi rapidamente quais eram os lençóis que queria levar, vi as medidas e fui para a caixa pagar.

Mais tarde, quando chegamos a casa, vinha um pouco desiludida porque não tinha conseguido palmilhar o shopping de uma ponta à outra, mas por outro lado vinha satisfeita porque finalmente tinha comprado os tão desejados lençóis.

Ansiosa, pedi ao papá para me ajudar a fazer a cama de lavado e eis senão quando percebo que tinha comprado lençóis para uma cama de solteiro tem vez de comprar lençóis para cama de casal.

Tarefa do dia seguinte: o papá voltou à loja para trocar os lençóis!

E de repente todos têm uma opinião - Parte 2

Coitadinho, está a chorar ao colo...

"Pois, claro que está a chorar, você tem de o pôr de barriga para baixo..."
"Pois, claro que está a chorar, tens de lhe cantar uma canção..."
"Pois, claro que está a chorar, tens de o virar para a frente..."
"Pois, claro que está a chorar, ele gosta é de estar à vontade em cima da cama..."

Já viste, eu sou tua mãe, tu nasceste de mim e tenho passado todos os meus dias contigo, mas toda a gente te conhece melhor do que eu... Toda a gente sabe o que é que tu mais gostas e eu, que te tenho dedicado todos os meus dias e que me tenho empenhado diariamente a conhecer-te, sou a pessoa que menos percebe o que precisas. Isto é, no mínimo, irónico!

Quando ouço um comentário destes fico calada com os meus pensamentos e tento não ligar, tento relativizar ao máximo estas situações. Mas a verdade é que, por muito que não ligue, a minha autoconfiança, enquanto mãe é abalada.

Ser mãe não é fácil... Não trouxeste um livro de instruções e por isso tenho de ir aprendendo contigo dia a dia, mas aqueles comentários que soam a "Tu és muito nova e ainda tens muito que aprender. Eu é que sei." não ajudam na minha aprendizagem. Por isso prefiro proteger-nos é só te dar a conhecer quando já nos conhecermos bem!

E de repente todos têm uma opinião - Parte 1

Então como está o nosso menino? Dorme bem?

Sim, dorme praticamente a noite toda no seu berço e, normalmente, só acorda uma vez para comer. Toma o biberão e fica novamente a dormir. Agora de dia é que é pior... Só dorme ao nosso colo!
Mal acabo de descrever os teus hábitos ouço logo palavras de critica e reprovação:

- O quê?! Dorme ao colo? Ai, estás a criar um menino mimado e cheio de manhas. Ele tem de dormir no berço dele. Mesmo que chore ele depois há-de habituar-se.

- Eu bem tento pô-ló no berço mas ele só fica cerca de 5/10 minutos e depois acorda. E eu prefiro que ele descanse... Ele é muito pequenino precisa de descansar.

- Então continua assim, depois logo vais sofrer!

Eu percebo tudo o que me dizem e até posso reconhecer que têm alguma razão, mas não sou capaz de te ver todo o dia mal disposto e a chorar porque tens, obrigatoriamente, de dormir no teu berço.

Sei que a minha experiência enquanto mãe é pouca, afinal esta minha nova faceta tem ainda poucos meses, e por isso sirvo-me do meu bom senso e das minhas convicções e, sinceramente, continuo convicta que tenho de conseguir que durmas é que descanses nem que para isso tenha de estar sempre contigo ao colo. 
Também sei que um dia hei-de deitar-te na tua cama e tu vais ficar a dormir... E um dia mais tarde hei-de dizer-te que são horas de dormir e tu hás-de ir pelo teu pé para a cama e hás-de adormecer sozinho.

Acredito que tudo tem um tempo e, na altura certa, tu irás mostrar a todos como não és um menino mimado, caprichoso e cheio de manhas, és apenas um menino que gosta de ser amado e que precisa do colo dos pais para se sentir seguro e confiante! Não te negaremos nunca o nosso colo até te sentires bem preparado para o próximo passo... Mesmo que tenhamos de continuar a ouvir palavras de reprovação porque afinal o que importa és tu!

Uma nova vida

Aqui há uns tempos tudo mudou, a minha vida ficou mais cheia, tudo passou a fazer mais sentido. Se antes já tinha várias razões para desejar viver agora tenho mais uma e, provavelmente, a mais importante. Os primeiros dias não foram fáceis: tinha recebido o bem mais precioso, uma benção... tinha-te recebido a ti e quando deveria estar a rebentar de alegria, só sentia uma tristeza profunda e uma enorme vontade de chorar! O que é isto? Não percebo... Não pode ser! Eu não posso estar triste se tenho nos meus braços a maior alegria que poderia ter. Estes eram os pensamentos que me assolavam! Estes sentimentos contraditórios estavam a acabar comigo e, por vergonha, não falava disto com ninguém! Sim, vergonha... Vergonha e medo... Medo de ser criticada, medo de ser olhada de lado. No entanto, dias mais tarde vim a descobrir que tudo isto é normal e que tudo isto se deve, mais uma vez, às nossas hormonas! Ai hormonas, hormonas... São vocês as responsáveis por todos os sentimentos esquisitos e despropositados que experimentamos! O que vale é que quando elas regularizam todo caos instalado desaparece e a pouco e pouco a normalidade volta. Poucos dias depois, quando pensei que grande parte do caos tinha passado, quando finalmente estávamos a ter um dia calmo, sem visitas, sem consultas, sem burocracias, sem sobressaltos, eis que um episódio de poucos segundos fez desmoronar a minha vida... E só tinham passado 10 dias de magia!

Noite serrada, o ar quente que outrora se tinha feito sentir era agora gelado e penetrava desobedientemente no corpo! O tempo parecia ter parado e simultaneamente parecia andar a uma velocidade estonteante! O chão fugia dos meus pés e o meu mundo parecia que ia desmoronar! Foram 3 dias de internamento, 3 dias de exames mas, graças a Deus, tudo não passou de um grande susto e tu estás bem! No entanto, jamais desaparecerão da minha memória os dias passados naqueles corredores frios, o medo de cada exame, a ansiedade dos resultados e principalmente não esquecerei tudo aquilo a que tu, meu pequenino, foste sujeito! Ainda hoje, enquanto lembro todos esses dias, as lágrimas caem-me pela cara e cresce uma vontade imensa de te abraçar, de te proteger! O medo tomou conta de mim... Tinha muito medo de que aquela situação se voltasse a repetir... E a verdade é que voltou, mas tanto eu como tu, já sabíamos o que fazer! Os nervos também se instalaram... Andava sempre num sobressalto e ele só chorava... - Coitadinho, está cheio de cólicas. - era o que eu pensava! Um dia, já não conseguia ouvi-lo chorar mais e liguei ao pediatra! - Marque uma consulta para amanhã, por favor. - Fiquei mais confiante! Seja o que for amanhã terei mais respostas... amanhã saberei o que fazer para acabar, ou pelo menos aliviar, as tuas cólicas. Mas a resposta foi tudo o que eu não queria ouvir - Ele tem fome! Vamos começar o suplemento. - Mais uma vez o meu mundo desmoronou! Que raio de mãe sou eu que nem consigo alimentar o meu filho? A pressão para manter um bebé apenas com aleitamento materno até aos 6 meses é muito grande e eu estava convencida que iria ser capaz, mas todas as situações que vivemos e os nervos que se instalaram em mim fizeram com que o meu leite não fosse o suficiente. 

Ainda hoje te ponho na mama, mas o leite já é pouco! Tu já não ficas tranquilo quando te ofereço o meu leitinho e aqueles momentos mágicos que eram só nossos vão deixar de existir! Era tão bom saber que te alimentava e que ficavas tranquilo junto ao meu peito. Vou ter tantas saudades! Não percebo, embora respeite, como é que há mães que optam por não amamentar! É um momento tão terno e de pura cumplicidade... Um momento tão bom!

Pequenas conquistas

(post de outubro.2017) É tão bom ver-te crescer! Realmente estás grande e pesado. Mas não é só na altura e no peso que se vê que estás a c...